Nascida em 1991, fruto de uma parceria Emprofac /Labesfal, a Inpharma é hoje uma referência nacional no sector da saúde.
Os Laboratórios Inpharma comemoram este ano 30 anos e a empresa assume hoje um papel-chave na sociedade cabo-verdiana, disponibilizando medicamentos de qualidade, eficazes e seguros e contribuindo, desta forma, para a melhoria da qualidade de saúde em Cabo Verde e nos mercados para onde exporta.
Com a pandemia da Covid-19, os Laboratórios Inpharma, tendo como objetivo contribuir para o combate e mitigação da transmissão da doença, abraçaram, em momentos diferentes, dois novos projetos: a produção de álcool gel, de qualidade e segurança sanitária garantida, e a realização de testes PCR para viajantes, ambos os projetos enquadrados na sua responsabilidade social para com o país e os cabo-verdianos.
Um dos seus projetos atuais é a finalização de uma nova unidade fabril, com maior capacidade produtiva e, consequentemente, maior capacidade para dar resposta às necessidades, tanto do mercado nacional, como dos mercados para onde exporta medicamentos. A nova unidade fabril permitirá também à Inpharma prestar serviços de produção para terceiros.
Angola, Guiné Equatorial, São Tomé e Príncipe, Gambia e Guiné-Bissau, entre outros países, são destinos de exportação considerados promissores, sendo, no entanto, necessárias melhores conexões para que a empresa possa desenvolver relações comerciais mais consistentes nesses mercados.
A Inpharma presta, ainda, serviço de consultoria e de avaliação de conformidade de produtos e serviços na área da saúde, para o país e para o exterior, tendo já colaborado internacionalmente, nomeadamente, com a Organização de Saúde da África Ocidental (OOAS) e o Fundo Global, entre outras instituições e países.
Muito nos orgulhamos deste caso de sucesso #MadeInCaboVerde!
Alexandre Abade, CEO do Grupo Oásis Atlântico, que tem investimentos em Cabo Verde desde 1990, explica-nos as principais razões por detrás da decisão de apostar no nosso país. “Vimos em Cabo Verde um país com grande potencial de desenvolvimento para o turismo, com uma cultura invulgar, um quadro legal confiável e um nível de formação de quadros muito acima da média. Acreditámos que era possível desenvolver um projecto hoteleiro, com uma identidade muito própria e ancorado na cultura local, e é isso que temos vindo a construir ao longo destes anos”.
Quatro máquinas em segunda mão, compradas com grande esforço pelo casal João Pedro Lopes Monteiro e Isabel Alves Fernandes, marcam o início da Confecções Alves Monteiro. A primeira delas era uma Bagati, que custou 33 mil escudos. Começaram por fazer consertos e, para entender o processo, descosturavam peças prontas e refaziam-nas, para aprender como tinham sido costuradas … e o negócio foi crescendo a partir daí! Esta é a estória desta empresa genuinamente cabo-verdiana, alinhavada e costurada com muita resiliência.
Com orgulho, Jael Alves Monteiro, filha do casal e atual responsável da Confecções Alves Monteiro, conta-nos que a empresa nasceu nos anos 80, resultado de um legado familiar, já que, décadas antes, o seu pai havia aprendido em casa a arte de costurar.
Com o aumentar das encomendas, empregaram mais jovens, abriram uma pequena oficina para dar resposta às solicitações e formalizaram a empresa em 1995. A ambição, o empenho e o trabalho árduo contribuíram para que a Alves Monteiro seja hoje a maior fábrica de confecções do país com capital 100% cabo-verdiano, empregando cerca de 70 funcionários, maioritariamente mulheres, e com presença comercial em todas as ilhas. A Alves Monteiro opera na zona industrial de Achada Grande Trás, na capital, tem lojas próprias em Santiago, S. Vicente, Fogo e Sal e representações comerciais, que revendem as suas peças, nas restantes ilhas do país. O seu produto de maior procura são os uniformes, para os mais diversos fins, desde escolares a hospitalares.
Influenciada pelo exemplo dos pais, a marca Shanna, uma espécie de “spin off” da Alves Monteiro, nasce em 2018, por iniciativa de Jael Alves Monteiro. Criada para o público feminino, produz vestuário, lençóis, toalhas de banho, pijamas e pensos higiénicos reutilizáveis. Emprega apenas jovens mulheres e aposta num conceito “plastic free” e “eco friendly”. O objectivo de futuro é conseguir exportar para os PALOP e CEDEAO, mercados promissores, pelo número de potenciais clientes e pela vasta procura a nível têxtil.
No entanto, a pandemia testou a capacidade de resiliência da Confecções Alves Monteiro, que teve de fazer adaptações a nível sanitário. Por outro lado, também ofereceu oportunidades à empresa, que contratou mais pessoal para conseguir dar resposta à nova necessidade do mercado: as máscaras reutilizáveis.
“Como empresária, vejo a pandemia como uma oportunidade para reestruturar o nosso negócio, inovar e transformar os desafios em oportunidades de crescimento”, afirma a gestora. E é por isso que a responsável pelas duas empresas afirma que o ano de 2020 foi o melhor “mesmo com a pandemia e devido à pandemia”.
Em 2021, a Alves Monteiro continua a enfrentar o desafio de se manter no mercado (e de florescer!) nesta nova realidade. De acordo com a gestora, baixar os braços não é opção e, por isso, a todo o vapor, continuam a desenvolver novos produtos que possam fazer sentido no mercado e, assim, enfrentar a pandemia com a mesma resiliência com que as marcas Alves Monteiro e Shanna são já conhecidas.
A Moagem de Cabo Verde S.A. nasce nos anos 70 na cidade do Mindelo pelas mãos do engenheiro José Ernesto Brigham da Silva, numa altura em que não havia indústria de moagem de trigo a nível nacional. O abastecimento vinha dos Estados Unidos da América, juntamente com todos os seus constrangimentos de distância, condições de transporte marítimo e problemas de conservação, questões que traziam verdadeiros entraves para o acesso ao produto.
O engenheiro José Brigham da Silva, reconhecido credor de confiança no seio da sociedade mindelense e de elevada competência profissional, foi o pioneiro que juntou um grupo de 20 sócios, os principais importadores da farinha de trigo, e iniciou a implementação da fábrica dentro do perímetro do Porto Grande na ilha de São Vicente.
O crescimento da MOAVE foi proporcionado pela preferência nacional. A empresa tem atualmente três centros comerciais, distribuídos pelas ilhas de São Vicente, Santiago e Santo Antão. Conta ainda com representações nas ilhas do Sal, Boa Vista e Fogo, com a perspectiva de chegar à ilha do Maio em fevereiro deste ano. Emprega um total de 73 trabalhadores a tempo inteiro e cerca de 50 prestadores de serviços.
Atualmente a empresa conta com uma vasta gama de produtos que vão desde diferentes tipos de farinha, açúcar, arroz, milho, óleos alimentares, leite em pó, entre outros. Nesta caminhada de 46 anos, tornou-se importante para a renomada marca nacional a constante melhoria em termos de qualidade e segurança alimentar. Esse percurso tornou a obtenção da certificação ISO 9001:2015 em 2019 de acesso muito mais simples, sendo que as medidas propostas, já eram livremente assumidas. De acordo com as normas, a produção tem de cumprir níveis de segurança, diminuindo os riscos em toda a cadeia de abastecimento, desde a matéria-prima até aos postos de venda.
Há cerca de três anos a MOAVE aventurou-se na internacionalização, passando a exportar farinha de forma regular para a Guiné-Bissau, tornando-se assim a primeira empresa nacional a exportar de forma sustentada para a CEDEAO, beneficiando dos incentivos do mercado regional, através da certificação dos seus produtos pelo organismo comunitário.
À semelhança de outras empresas, os seus alicerces foram testados com o início da pandemia da Covid-19 e a consequente crise levou à suspensão temporária da exportação mensal de farinha para o mercado da Guiné-Bissau.
Mesmo assumindo as perdas, porque “a pandemia não poupou ninguém”, sobretudo as indústrias que forneciam o Turismo, como a MOAVE, a empresa conseguiu manter a sua garantia de segurança e com ela o abastecimento do mercado nacional.
A MOAVE continua a ser uma empresa 100% nacional, responsável por uma gama de alimentos que correspondem ao cardápio básico da cozinha cabo-verdiana, constituindo-se num pilar fundamental para a segurança alimentar da população cabo-verdiana e no abastecimento de outras empresas do sector da indústria alimentar em todo o país.
E como modernizar é um imperativo para se manter num mercado competitivo, tem no futuro projectos para reduzir a sua pegada ecológica com a introdução de energias renováveis e retomar as exportações ainda no decurso do primeiro trimestre de 2021.
Do antigo Farol Vera Cruz, em Santa Maria, nasceu o Hotel de Charme Odjo D’Água em finais de 1998, inicialmente com apenas 10 quartos.
Atualmente, com as diversas ampliações realizadas ao longos dos anos, o Odjo D’Água tem disponível 113 quartos e representa uma verdadeira demonstração de coragem do empresário Patone Lobo, que fez o seu empreendimento crescer a pulso.
Manter a marca forte da cultura cabo-verdiana no hotel foi um desejo que foi cultivando juntamente com a vontade de unir a História com a Inovação.
Cada quarto faz homenagem a uma morna, juntamente com o seu compositor e intérprete, os jantares são acompanhados ao som de música cabo-verdiana, com uma ementa tipicamente nacional, a decoração de cada quarto contém peças de artesãos nacionais, tal como o mobiliário, e com frequência o hotel dedica o seu espaço a exposições de artistas.
Aqui também nasceu o projecto de Realidade Aumentada com 18 vídeos, cada um sobre um tema específico da história e cultura da ilha do Sal. Foi desenvolvida uma aplicação dedicada que se debruça sobre as festas populares, a gastronomia, os desportos náuticos, as histórias de famílias no Sal, além das 113 mornas de cada um dos quartos. E este é um projecto que promete ainda mais conteúdos com base na rica História do nosso país e das suas gentes.
A conservação ambiental, também faz parte das preocupações do Odjo D’Água, entendendo que é indispensável que Santa Maria possa manter-se como destino turístico de destaque no panorama internacional. Nesse sentido, os métodos de reciclagem multiplicam-se nas ações de aproveitamento de água, do óleo da fritura para confeções de velas, uso de energia fotovoltaica e termo-solar, dispensadores de sabão ecológico e agricultura biológica e estufa com água reciclada.
Mas a inovação não para aqui. O Hotel não deixou de mostrar a sua resiliência com a pandemia. Logo na sua reabertura em agosto, foi adquirido um túnel desinfetante que é colocada à entrada da receção, onde é feito o check-in e que permite a medição da temperatura e desinfeção a vapor de ozono obtido através de água. Ao mesmo tempo, em cada quarto é usado um equipamento autónomo para purificação do ar e nebulizador, processo que é realizado a cada entrada e saída de um cliente.
Tendo nascido pelas mãos de um nativo da ilha, Patone Lobo é um incansável empresário que trabalhou e aprendeu com o setor da hotelaria durante muitos anos antes de iniciar o seu próprio negócio, que foi um dos pioneiros nacionais no setor turístico. Hoje, é sem dúvida tanto uma referência nacional para o empresariado do setor, como internacional, que tem trazido à ilha turistas dos mais diversos cantos do mundo.