MOAVE, uma referência de qualidade e segurança alimentar nacional com olhos na CEDEAO

MOAVE, uma referência de qualidade e segurança alimentar nacional com olhos na CEDEAO

A Moagem de Cabo Verde S.A. nasce nos anos 70 na cidade do Mindelo pelas mãos do engenheiro José Ernesto Brigham da Silva, numa altura em que não havia indústria de moagem de trigo a nível nacional. O abastecimento vinha dos Estados Unidos da América, juntamente com todos os seus constrangimentos de distância, condições de transporte marítimo e problemas de conservação, questões que traziam verdadeiros entraves para o acesso ao produto.

O engenheiro José Brigham da Silva, reconhecido credor de confiança no seio da sociedade mindelense e de elevada competência profissional, foi o pioneiro que juntou um grupo de 20 sócios, os principais importadores da farinha de trigo, e iniciou a implementação da fábrica dentro do perímetro do Porto Grande na ilha de São Vicente.

O crescimento da MOAVE foi proporcionado pela preferência nacional. A empresa tem atualmente três centros comerciais, distribuídos pelas ilhas de São Vicente, Santiago e Santo Antão. Conta ainda com representações nas ilhas do Sal, Boa Vista e Fogo, com a perspectiva de chegar à ilha do Maio em fevereiro deste ano. Emprega um total de 73 trabalhadores a tempo inteiro e cerca de 50 prestadores de serviços.

Atualmente a empresa conta com uma vasta gama de produtos que vão desde diferentes tipos de farinha, açúcar, arroz, milho, óleos alimentares, leite em pó, entre outros. Nesta caminhada de 46 anos, tornou-se importante para a renomada marca nacional a constante melhoria em termos de qualidade e segurança alimentar. Esse percurso tornou a obtenção da certificação ISO 9001:2015 em 2019 de acesso muito mais simples, sendo que as medidas propostas, já eram livremente assumidas. De acordo com as normas, a produção tem de cumprir níveis de segurança, diminuindo os riscos em toda a cadeia de abastecimento, desde a matéria-prima até aos postos de venda.

Há cerca de três anos a MOAVE aventurou-se na internacionalização, passando a exportar farinha de forma regular para a Guiné-Bissau, tornando-se assim a primeira empresa nacional a exportar de forma sustentada para a CEDEAO, beneficiando dos incentivos do mercado regional, através da certificação dos seus produtos pelo organismo comunitário.

À semelhança de outras empresas, os seus alicerces foram testados com o início da pandemia da Covid-19 e a consequente crise levou à suspensão temporária da exportação mensal de farinha para o mercado da Guiné-Bissau.

Mesmo assumindo as perdas, porque “a pandemia não poupou ninguém”, sobretudo as indústrias que forneciam o Turismo, como a MOAVE, a empresa conseguiu manter a sua garantia de segurança e com ela o abastecimento do mercado nacional.

A MOAVE continua a ser uma empresa 100% nacional, responsável por uma gama de alimentos que correspondem ao cardápio básico da cozinha cabo-verdiana, constituindo-se num pilar fundamental para a segurança alimentar da população cabo-verdiana e no abastecimento de outras empresas do sector da indústria alimentar em todo o país.

E como modernizar é um imperativo para se manter num mercado competitivo, tem no futuro projectos para reduzir a sua pegada ecológica com a introdução de energias renováveis e retomar as exportações ainda no decurso do primeiro trimestre de 2021.

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